sábado, 5 de fevereiro de 2011

Segundo Capítulo: E só estava começando...

Durante a madrugada minhas primas e a mãe delas chegaram em minha casa. Passei a noite inerte. Era a primeira noite assim...

Dia seguinte. Eu sequer acreditava que deitado na cama estava o corpo da minha mãe. Observei que além de fria a cor do corpo havia modificado. Havia uma leve áurea roxa. O mesmo roxo que cobre o corpo de cristo na sexta feira da paixão. De manhã sai de casa chorando pra comentar com uma vizinha o que havia acontecido. Ela largou o trabalho e foi ver minha mãe. É extranho nesses momentos perceber que não importa o momento, sempre haverá alguém querendo seguir rituais. Fazer com que as coisas ditas como certas, sejam realmente feitas, independente do que houver.
Enquanto amigos chegavam - os poucos que nos sobraram - a minha mente se manteve completamente vazia. Eu conseguia responder ao que me falavam, mas não pensava. Isso só iria piorar com o tempo.

- "O carro da funerária chegou". O corpo da minha mãe foi carregado em lençõis pelas escadas do prédio. Morávamos no primeiro andar. Eu, o motorista e uma amiga da minha mãe o carregamos degrau a degrau. Quando já o tinhamos posto dentro do caixão, eu ouvi a voz feminina da senhoria fazer a seguinte pergunta: "E como fica a conta de telefone?" Seria engraçado se não tivesse sido real. Se não estivesse naquelas circusntâncias. Depois disso eu só consigo me lembrar de estar naquele carro que transportava a minha mãe até a funerária. A família decidiu que eu não velaria o corpo da minha mãe. Provavelmente, pq se eu fizesse isso, eles teriam que velar o meu corpo também. Eu era uma mistura de cansaço, tristeza, melancolia e dor. Ainda me sinto assim, quando lembro aquele abraço que dei em minha mãe em vida. Aliás nos últimos momentos de vida da minha mãe senti uma enorme vontade de lhe dizer: "Mãe eu te amo tanto..." Seria uam despedida mais digna, mas eu senti medo de confirmar que eu sabia que ela viria a falecer naquele instante. Cinco dias depois sonhei com ela. E minha mãe dizia o seguinte: Estou bem, estou num bom lugar, agora estou bem..."

O enterro da minha mãe foi no Cemitério de Ricardo de Albuquerque. Onde também estão minha tataravó, meus avós e meu tio. Poucas pessoas compareceram. Poucas pessoas foram informadas. Na época eu não tive qualquer possibilidade de comunicar o falecimento. Após o enterro, ficou decidido que eu viveria com minhas primas. E assim aconteceu por 6 meses. Tive inúmeros problemas. Tive muitas felicidades. Problemas com adultos e convivência. E felicidades com minha prima na época uma mocinha de 2 aninhos. A convivência com ela era perfeita.

Sai da casa das minhas primas. Motivo? Em algum momento ouvi de uma delas que ninguém ali tinha obrigação com ninguém. E eu sempre vi família como uma instituição na qual cada representante tem a sua obrigação peculiar. Vivi num erro sem conserto. E ali me vi sozinha. Arrumei minhas roupas e fui dormir em um motel. Assim como alguém decide abandonar o lar, eu decidi abandonar o lar que eu não reconhecia como meu. Analisei que durante esses seis meses não consegui viver como queria. Entre os adultos eu não tive liberdade, amor ou identificação. Entre aqueles que comigo viviam, quem eu representava? Eu não fui acolhida por amor, fui acolhida por piedade, pena, dó... E isso nada tem a ver com compaixão. A compaixão é sublime, é divina, a pena, o dó são derradeiros, mesquinhos...

Continuei estudando, Ganhei uma bolsa de 100%. A bolsa que ajudaria muitíssimo a minha mãe quando viva, me foi dada exatamente por causa da sua morte. Mas lembre-se, eu estava inerte. Qualquer pergunta feita, não seria respondida. Eu vivi durante este tempo num perfeito e intrigante delay. E ninguém tentou me recuperar.


Fui então morar na casa da família de uma "grande amiga" da época do segundo grau... E só estava começando.

domingo, 9 de janeiro de 2011

Primeiro Capítulo: A minha morte...

Dia 12 de junho de 2007. Dias dos namorados.Estou solteiraHá menos de dois meses meunamordo de Portugal havia terminado coigo. Falamos por uma video conferência. Nunca mais o vi, desde então.Naquele dia pensei sobre isso e tentei a todo custo falar com ele. Ele não me atendia. Cansada, cheguei em casa muito mais tarde que o normal. Houve um jogo no Maracanã e nenhum ônibus queria passar por lá. A minha casa ficava m ponto antes do Maracanã. Quando finalmente cheguei em casa eram quase 23:00, eu sempre chegava as 22:30. Minha mãe estava calada, de tanto nervoso. Expliquei, em vão.

Conversamos naquele dia como sempre fazíamos, mas eu etava tão cansada que só as 01:15 eu a ouvi dizer: Estou muito casada, até de te esperar, vou dormir... Amanhã eu assino aquele papéis. (Era um empréstimo que ela faria para a minha viagem a Portugal).

Eram 02:15(a.m). Eu ouvi um grito, um gemido me chamando. Quando cheguei ao quarto da minha mãe ela me disse que estava se sentindo muito mal: Eu sinto uma forte dor, dor no peito...

Ela suava muito e tremia de frio. Eu abracei e perguntei o que ela sentia e ela respondeu: Me levanta da cama que eu to sentindo dor. Eu segurei o corpo dela sobre o meu e a levantei... Durante todo este tempo ela pediu pra chamar a ambulancia. Eu chamei. Depois pediu a senhoria que morava em cima do nosso apto. Gritei o nome da D. Josefa como se fosse a última vez que o gritaria. A senhoria desceu. Eu voltei ao quarto e falei com a minha mãe: A amulancia já está vindo, neguinha, espera um pouco. Já chamei a D. Josefa... Ela balcuciou algo e segurei a sua mão.

O quarto estava escuro. A instalação da casa tinha queimado. Havia luz somente na sala e cozinha. Nos quartos, não. Quando a senhoria chegou e se aproximou da minha mãe, ela disse: Yasming, minha filha eu acho que sua mãe já faleceu...

Eram 02:30 da manhã. Eu disse: Mentira... (Como se agente pudee pedir a orte pr que ela espere.) Ela vai aguardar a ambulância. Mamãe tá bem...

Eu me aproximei da cama e vi os olhos abertos e fitados da minha mãe. E aí a mente disse: Está sim, está sim... (morta.) E o corpo respondeu permitindo que a alma saísse. Não senti vida dentro de mim, não senti meu corpo, frio ou calor. Percebi uma enorme escuridão. Um vazio mental absurdo e desde então, deixei de escutar pelo coração.Eu morri com ela.

Eram 04:00. A ambulância chegou...

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Apresentado...

O propósito sempre vem mergulhado de porquês e explicações. Mas a melhor explicação dada é o seguinte: é um desabafo... Eu fiz isso ou aquilo, porque já não suportava mais suportar tudo o que estava se escrevendo em mim. E aí decidi escrever aqui. Vai ser como uma extensão de mim, sem qualquer máscara.
Existe uma frase que diz: Vim, vi, venci... Em qualquer lugar entre as vírgulas, eu acrescentaria: Sofri. E é pra externar tudo isso que eu decidi me pôr aqui. É ainda o melhor a ser feito. Pelo menos até agora, tem me apresentado como a melhor opção.

Meu nome é Yasming Pereira, 26 anos, adoraria ter 10 anos a menos, tenho 1,63 cm, adoraria ter 10 centímetros a mais, sou leonina e isso eu não quero mudar. Sou a última geração da família, e os primos que sobraram, nunca mais me ligaram desde então. Sou feliz com meus amigos, escolhi adotar algumas pessoas como minha família. Perdi i´numeros amigos pela distância, encontrei significado em tudo. Não me iludi à toa. Doeu, mas foi bom, só assim eu aprendi.

Estive sozinha, quando acompanhada. E me senti acolhida tantas vezes em que estive sozinha. Dui fraca e forte em todos os momentos certos. Eu nunca lhe deixarei sozinho, se você não o fizer isso antes comigo. Não abandono ninguém. E já cansei de ver quem não consegue ir comigo até ao final da caminhada. Foi exatamente assim que aprendi a estar pronta para cada não que recebo.

Estou aprendendo agora a como usar tds estes momentos a meu favor...
Yasming R. da Silva Pereira